Por quê? (156) É na fraqueza que a força se manifesta


Cláudio Amaral

Quando, por um motivo ou outro, digo que vou à missa todo domingo, invariavelmente, é comum ouvir de um ou outro amigo que não vai porque não gosta.

Vejo, entretanto, que as igrejas estão cada vez mais cheias. Tão cheias que é preciso chegar cedo, muito cedo, para conseguir um bom lugar.

Neste domingo, por exemplo, Sueli e eu chegamos 30 minutos antes do início da Celebração da Missa, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Aparecida, onde moramos, aqui em Santos, e logo todos os lugares estavam ocupados.

Ato contínuo, me perguntei:

- É a crise financeira que tem levado cada vez mais católicos às igrejas?

Nem esperei pela resposta para me fazer outra pergunta:

- Ou será a crescente onda de desemprego?

Pelo sim, pelo não, voltei minhas atenções para o Frei Afonso e depois para a “Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios”.

Sábia epístola, a tal.

Entrou pelos meus ouvidos como música.

Pensei até que ela houvesse sido escrito especificamente para mim e para a situação que estou a viver, nestes dias de meados de 2009.

- Irmãos, para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais. A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Eis porque eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.

Ao final da Celebração, quando já passava das 8 horas da noite deste primeiro domingo de julho de 2009, eu só conseguia pensar nesta frase:

- ...quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.

E a partir dela, desta frase, eu comecei a meditar, de mãos dadas com Sueli e em plena orla das praias de Santos.

Meditei, meditei, meditei... e conclui:

- ...quanto mais tentam me enfraquecer, mais forte eu me sinto.

Meditei mais e mais... e conclui:

- ...quanto mais pensam em me expulsar desta terra, mais eu me agarro a ela.

Segui meditando e concluindo:

- ...quanto mais buscam me fazer sentir-me um fracassado, mais eu me sinto um vencedor.

E foi assim que voltei para o lar que eu e Sueli ocupamos junto ao Canal 6: forte e cheio de vontade de vitória. Forte e bem disposto a começar tudo de novo e de vencer novamente.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional. Foi Editor-Executivo em A Tribuna de Santos de 1º/10/2008 a 17/6/2009.

5/7/2009 23:08:14

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