Por quê? (228) Vou para mesa de cirurgia
Cláudio Amaral
Contra minha vontade, vou para mesa de cirurgia.
A decisão, curta e grossa, é do neurocirurgião Diogo Luis de Melo Lins.
Simpático, como disse minha Sueli.
Sério, como julguei.
Dr. Diogo Lins foi claro e decisivo: “É caso de cirurgia, sim”.
Deu-me três dias de UTI (ou CTI, como preferir).
Disse ser um procedimento delicado, com alto risco.
Para nossa surpresa, da Sueli e minha, dr. Diogo Lins afirmou que pode me operar no Hospital Santa Magiore, no Paraíso, Capital.
Pediu um remédio contra convulsão e recomendou, por escrito, que seja tomado ao longo de três meses, sempre antes de dormir.
Fez também um pedido de exames preventivos, pré-operatório. E pediu para retornar assim que estiverem prontos.
Saímos da Mooca, paramos no posto de abastecimento de Etanol do Carrefour, colocamos quase R$ 60,00 de combustível e regulamos os pneus em 30 milímetros.
Fomos direto para Drogaria São Paulo, na Avenida Aclimação. E compramos o tal Fenobarbital 100 por R$ 11,46.
Aí viemos para casa. Eu, feliz da vida; Sueli, nem tanto.
Antes, do meu Honda Fit, ligamos para dar a notícia para a filha, Cláudia. Mas ela tinha saído “para ir a um monte de lugares”, segundo a auxiliar Edivania.
Tudo isso depois de eu ter acordado por quatro vezes, tomado o Decadron 40 que me foi recomendado depois da mais recente consulta com o Dr. Gentil Silva e o comprimido de Levotiroxina sódica 112.
Em seguida entrei no banho, tomado ao contrário, de baixo para cima, ou seja: dos pés à cabeça.
Saído de uma das duchas mais relaxantes que já tomei, dei as mãos para Sueli, me enxuguei e ingeri o Losartana potássica 50 miligramas.
Convidei Sueli para um café na padocadaria, mas ela lembrou que àquela hora a auxiliar Nilda já havia chegado, lavado a louça, posto a mesa para o desjejum.
Fui então ao Recanto Doce, de carro, para ser mais rápido. E aí vi o quanto estava ansioso. Primeiro, porque pedi um doce para comer ali, na hora, e a atendente quis me dar na mão. Segundo, porque a caixa abriu para mim, me convidou para ser atendido por ela e ficou a fofocar com outro funcionário.
Ao chegar em casa vi que havia acelerado demasiadamente. Fui a 40, 50, 60 e 70 quilômetros por hora.
Santo Deus.
Só fiquei aliviado quando a Sueli me falou: “Recanto Doce!!!”. E me deu um beijo na boca.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.
18/7/2011 12:10:09
18/7/2011 13:51:00
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