Por quê? (265) Ao volante

Cláudio Amaral
Perdão, Dr. Diogo Lins. Perdão, perdão, perdão.
Mas eu que sempre me considerei uma pessoa disciplinada e cumpridora das ordens dos meus médicos, dentistas, psicóloga, fisioterapeutas..., descumpri hoje uma ordem expressa do Dr. Diogo Lins.
E voltei a dirigir.
É verdade: voltei a dirigir.
Estava sentindo muita falta do volante, da condução de um veiculo automotor e não titubeei: voltei a dirigir.
Estava sem dirigir desde meados de julho, quando o neurocirurgião Diogo Lins disse taxativamente que era para eu largar o volante imediatamente e não pegar num carro até o final do ano. Deste ano.
Sai do consultório dele, na Mooca, em São Paulo, passei numa Drogaria SP para comprar o remédio que ele havia me receitado, fui para casa, guardei o meu Honda Fit e nunca mais voltei a dirigir.
E me orgulhava disso. Me orgulhava de ser um sujeito disciplinado.
Mas hoje, exatamente neste dia 9 de novembro de 2011, capitulei.
O motivo foi justo, Dr. Diogo: minha filha Cláudia precisava ir até o Aeroporto Ronald Reagan, em Washington, a cerca de 45 minutos da casa dela, em Ashburn Village.
Fez os cálculos e concluiu que não daria tempo para, antes, levar a pequena Beatriz (4,4 anos) até a escola Hope, onde ela está a estudar.
Foi quando eu me ofereci para dirigir o carro dela, Cláudia, e assim levar Beatriz à escola.
Pedi apenas que ela me explicasse em detalhes como eu faria, porque havia dirigido um carro automático há muitos anos, a pedido do Amigo Luis Meneghim, de Santa Catarina, que havia pegado um veiculo emprestado na VW.
Pacientemente, minha ex-aluna virou minha professora. E lá fomos nós até a Hope, por volta das 11 horas da manhã (pelo horário local).
Fui e voltei dirigindo.
Não tive um único problema.
Quando deu meio-dia Cláudia saiu rumo a Washington e 20 minutos depois eu fui levar Beatriz na escola.
Sem problema. Ou melhor: tive uma pequena dificuldade na hora de fazer o carro funcionar, mas logo consegui. Foi só colocar o câmbio no lugar certo.
Com o GPS eu não tive problema algum. Tanto na ida quando na volta.
Nas ruas e avenidas também correu tudo direitinho.
E agora, às 1h30 da tarde em Ashburn Village (16h30 em Brasília), a pequena, linda e fofa Beatriz está a estudar tranquilamente na Hope. E eu, aqui na casa de Cláudia e Márcio Gouvêa, nossos anfitriões, estou me sentindo o cidadão mais feliz do mundo.
Por quê? Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.
9/11/2011 16:39:01
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