Por quê? (110) Dia do futebol




Cláudio Amaral

Acordei com duas preocupações na cabeça: a situação da menininha que conheci dia desses na Rua Domingos de Moraes e minha próxima viagem a Adamantina.

Ela, a menininha, tem a idade de minha netinha: 13 meses. Mas, infelizmente, leva uma vida completamente diversa da minha Be(bê)atriz, que tem quase tudo (família, amor, roupas, comidas, carinho, casa, brinquedos...), ao contrário da outra, que quase nada tem, embora me pareça feliz, graças, acredito, à sua santa ingenuidade e pureza.

Minha próxima viagem à cidade onde nasci acontecerá daqui a 12 dias e eu já me vejo emocionado, imaginando o momento em que estiver saindo da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros e entrando em Adamantina.

Imediatamente, entretanto, meus pensamentos se voltaram para um outro assunto importante, para mim, pelo menos: o futebol.

Fui dormir sem saber os resultados dos jogos de ontem à noite pelo Brasileirão 2008.

Quando desliguei a televisão, dominado pelo sono, Fluminense e SPFC estavam nos vestiários do Maracanã e o placar marcava 0 a 0. Na Vila Belmiro, o Santos FC vencia o Coritiba por 2 a 1 e havia saído da zona de perigo, finalmente.

Antes de abrir o Estadão e me atualizar a respeito desses dois jogos, liguei a TV e vi a magra mas importante vitória do Brasil sobre a Bélgica por 1 a 0, gol do valente Hernanes (foto), pela primeira rodada das Olimpíadas de Pequim.

Terminado o jogo de estréia do time de Dunga (e de nós todos, brasileiros), abri o Estadão e levei um susto: SPFC e Santos FC perderam ontem à noite, e de virada, ambos.

Fiquei, então, a imaginar a situação dos meus amigos que torcem para esses dois times.

Os são-paulinos, tudo bem, porque o time do Morumbi ainda está no G-4, o grupo daquelas equipes que têm chance de disputar a Copa Libertadores em 2009. De quebra, viram um atleta do tricolor paulista marcar o gol da vitória da seleção olímpica na China.

Infelizmente, entretanto, os santistas, como meu compadre Carlos Conde, minha irmã Clélia e meus sobrinhos Cristiano e Luciano, estão, com certeza, de cabeças inchadas.

Por quê?

Porque não há meio de o Santos FC se acertar, encontrar o caminho da vitória e sair da zona do rebaixamento.

Isso é preocupante, muito preocupante.

De quebra, o técnico Cuca pediu demissão e a incompetente diretoria do Santos FC aceitou.

Por mais corintiano que eu seja, lamento a situação do time que deu anos e anos de alegrias para o futebol brasileiro, tantas foram as vitórias que Pelé e companhia conseguiram no exterior.

Sei o quanto é difícil encarar uma queda para a segunda divisão e não gostaria que o Santos FC passasse por isso.

Nem o Santos FC, nem Fluminense, nem o Vasco (que também perdeu feio, novamente, na noite de ontem), nem o Atlético Mineiro.

Time grande, na minha opinião, tem que disputar o Brasileirão, a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol.

Disputar a segundona, como faz o Corinthians neste ano, por mais alegria que as vitórias e a liderança nos dão, é para clubes sem tradição.

Não quero, portanto, nem imaginar o quanto ainda vão sofrer meus amigos que torcem pelo Peixe. E, do fundo do coração, por mais estranho que possa parecer, vou continuar a torcer para que o Santos FC – e o Fluminense e o Vasco, também – se recuperem e se mantenham na primeira divisão.

Para o bem deles – clubes e torcedores, especialmente os meus amigos santistas, tricolores e vascainos –, do futebol brasileiro e de todos nós que gostamos de futebol.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

7/8/2008 09:42:40

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