Por quê? (168) Acelera, Rubinho!!!


Cláudio Amaral

Exatamente às 9h41 deste domingo chuvoso, aqui em Santos, meu filho caçula me chamou pelo celular para dizer:

- Um dia, pai, alguém tinha que errar a favor do Rubinho.

Flávio Murilo do Amaral, meu filho caçula, estava em São Paulo e não acreditava no que via ao vivo, pela TV Globo, direto de Valencia, na Espanha.

Ele queria saber do pai, que acompanhou de perto, bem pertinho, quase todos os GPs de Fórmula 1 disputados no Brasil, tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro, ora a serviço do Estadão, ora pelo Correio Braziliense, se era verdade o que via pela televisão.

Sim. Era verdade, sim.

Mas poucos acreditavam no que estava acontecendo.

Rubens Barrichello, o nosso querido Rubinho, havia largado em terceiro no grid do Grande Prêmio de Valencia, passara para a segunda colocação após a primeira parada do líder e atual campeão mundial Lewis Hamilton (McLaren/Inglaterra) e atrás de Heikke Kovalainen (McLaren/Finlândia), que havia saído em segundo.

Flávio e todos nós, os fãs de Rubinho, cansamos de ver a Ferrari, a Honda e a Brown cometerem erros contra o nosso piloto preferido na Fórmula 1 e sofremos muito na virada do ano (2008/9) diante da possibilidade de o condutor mais experiente abandonar a categoria antes do tempo.

Todos nós queríamos ver Rubinho campeão mundial e nunca nos conformamos com a preferência que a Ferrari sempre deu ao alemão.

Queríamos, também, ver como ele se comportaria na Ferrari após a aposentadoria de Michael Schumacher, mas Rubinho preferiu trocar de equipe antes que o alemão se fosse das pistas.

E aí ficou a sensação de que tudo acontecia contra ele, que ele era um “pé frio”, um azarado.

Difícil aceitar, mas assim pensa – ou pensava? – a grande maioria.

É difícil para alguém que acompanha Rubinho desde as primeiras corridas de kart, quando ele ganhava dez a cada dez provas disputadas pelo paulista e pelo brasileiro.

É difícil aceitar a idéia de “pé frio”, azarado, resmungão, reclamão... em relação a um piloto cujo pai (apoiado por todos os familiares mais próximos) nunca desistiu e sempre procurou criar as condições mínimas para que ele lutasse para um dia chegar à Fórmula 1.

Não é por acaso que Rubens Barrichello foi duas vezes vice-campeão mundial de Fórmula 1.

Não é por acaso que Rubens Barrichello foi o primeiro piloto brasileiro a correr pela Ferrari.

Não é por acaso que Rubens Barrichello venceu neste domingo o seu décimo GP de Fórmula 1.

Não é por acaso que Rubens Barrichello conquistou neste domingo o centésimo GP para o Brasil.

Não é por acaso que nós continuamos a acreditar em Rubens Barrichello.

Não é por acaso que nós acompanhamos todos os GPs de Fórmula 1, torcemos por Rubinho e vibramos com cada pontinho que ele conquista nas pistas por onde passa o circo da F1.

Como nada é por acaso, não foi por acaso, também, que a equipe McLaren errou no pit-stop de Hamilton e que a falha dos mecânicos da equipe do atual campeão acabou sendo bem aproveitada pelo único brasileiro que correu neste domingo nas ruas de Valencia.

Nada é por acaso.

Nada é por acaso.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.

23/8/2009 19:01:20

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