Por quê? (76) Carta ao Amigo Carlucho

Cláudio Amaral

Bom dia, Carluchão.

Espero que você possa ler essa minha missiva, esteja onde estiver.

Por quê?

Escrevo porque me deu vontade de falar com você, caro Amigo.

Senti vontade, por exemplo, de te contar que não foi em vão seu esforço (ou seria sacrifício?) para mudar de vida, desta em que estou, para uma melhor, como a que você está.

Sim, acredite.

Por um lado, admito, sua passagem, como dizem os espíritas, foi traumática para muita gente.

Sim, porque custamos a acreditar que você se foi do nosso convívio.

A Itália, sua querida esposa, por exemplo, nos disse e repetiu que ainda não acredita.

Em minha casa, todos nós ficamos de bocas abertas na medida em que recebemos a notícia.

Mas, passado o susto e o choque, ficamos a pensar nos bons momentos que vivemos nestes mais de 14 anos de convivência.

Quantas vezes nós gritamos “bin... go...” dentro da Agência Folha, do Banco de Dados Folha de S. Paulo, do Uol, da COMUNIC e por telefone, Carluchão?

Incontáveis, não é mesmo?

E “gooooooooooool”, quantas vezes nós gritamos durante e depois dos jogos do Timão e da seleção brasileira de futebol?

Também não dá pra contar, né, Carlucho?

O din-din da pizza chegou!” também foi uma frase gritada a plenos pulmões por muitas e muitas vezes, não é, Carluchão?

Então, o que mais nós queremos?

Claro, claro, claro... queríamos ter você aqui conosco, na mesma dimensão, no mesmo plano, no mesmo chão.

Mas, como isso não é possível..., resta-nos o consolo de saber que você não passou por acaso por este mundo, Carluchão.

Sim, porque você fez muitos amigos, aqui em São Paulo e pelo Brasil todo; você fez muitas pessoas felizes, especialmente a Itália, a Eliane e o Thales; você foi um bom filho, um grande companheiro, um excelente profissional, enfim, Carluchão, você foi um parceirãooooooooooo.

Agora, Carluchão, enquanto a gente pede aqui de baixo para que papai do céu – que certamente o recebeu de braços abertos – continue te tratando tão bem quanto você merece, você, aí onde está, fica vigilante por nós. Especialmente pela Itália, pela Eliane, pelo Thales e por seus pais.

Ah!, Carluchão, tem mais: por você nós fomos ontem à noite à sua Freguesia do Ó, participamos da celebração da Missa das 19h30 na Matriz, abraçamos os seus e reencontramos um montão de amigos. Inclusive o Calmon, a Lucila e o Engel, que não víamos há meses.

Viu só, Amigo, como você é poderoso e importante pra nós?

Grande e forte abraço, Carluchão.

E até um dia, né?

Por quê?

Ah... e você ainda me pergunta por que, Amigão?

17/4/2008 12:05:33

Comentários

Anônimo disse…
Lindo...
Sem mais :)
Anônimo disse…
Fora os 'Mano Véio' q eu sempre ouvia, haha.

Sempre me orgulhei do Paizão q eu tive e vou ter pra sempre. Ainda mais agora.

Amigão, Paizão, Heróizão.
Q falta e q saudade... =/



Só agradeço Cláudio.


Forte abraço!



Thales
(thales.mac@hotmail.com)
Fui pego de surpresa com a notícia da morte de Carlucho Maciel. O conheci quando a Agência Folha foi incorporada pelo Banco de Dados, em 1992. Eu era o único funcionário daquele departamento. Depois de um curto tempo, passei a trabalhar diretamente com Carlucho e dei a ele o caminho das pedras, a lista dos clientes que eu e Danilo Leite Fernandes haviamos fidelizado no ano anterior. Carlucho teve o mérito de estreitar laços comerciais iniciados por nós e obteve um grande sucesso, ganhando prestígio com suas chefias. O episódio de minha saída da Agência Folha deixou alguma mágoas, que o responsável por este blog sabe muito bem quais são. Pena que nunca pude sentar novamente com Carlucho para conversar e aparar as arestas que ficaram no passado. Resta a mim apenas lamentar sua perda, a falta que fará aos seus familiares e pedir a Deus que conforte aos mesmos nessa hora complicada.

Rodney Brocanelli
rodneybrocanelli@gmail.com

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