Por quê? (95) Sonhei de novo, mas não foi com a tragédia...


Cláudio Amaral

Nem mesmo a inesperada, indigesta e inesquecível tragédia da Ilha do Retiro (Sport 2 X Corinthians 0) me tirou o sono.

Nem a capacidade de sonhar.

Nem o sono, nem a capacidade de sonhar, nem o bom humor.

Fui dormir triste, sim, é verdade.

Por quê?

Porque acreditava no Timão e na possibilidade de os comandados de Mano Menezes se aproveitarem da vantagem que fizeram no Morumbi (3 a 1) e trazer para São Paulo o título de campeão da Copa do Brasil pela terceira vez (ainda que sem o direito de gritar “tri-campeão”).

Ainda assim, ou seja, triste com a derrota imposta pelo Leão do Norte ao meu Timão, sempre Timão, dormi a noite inteira.

Dormi bem e sonhei, novamente.

Sonhei ter encontrado o corintianissimo Juca Kfouri num evento em que os convidados eram jornalistas, como ele e eu, mas também escritores, políticos, intelectuais, etc.

Foi um encontro casual, bem diferente daquele que tivemos certa vez, na sede da Rede Globo de Televisão, na Praça Marechal Deodoro, no centro velho da Capital paulista.

Naquela época, e lá se vão muitos anos, Juca era comentarista esportivo da Globo e o nosso encontro estava previamente agendado.

Desta vez, não.

No sonho da noite passada, nossa conversa foi tão casual quanto aquelas que tínhamos quando fazíamos campanha pela eleição de Emir Nogueira para a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.

Tão logo nos encontramos, noite passada, Juca Kfouri me convidou para conhecer a nova Redação que ele comanda na Editora Abril, num prédio moderníssimo junto à Marginal do Rio Pinheiros, na zona oeste.

Convite aceito, conversamos longamente sobre o Jornalismo, a política, o Timão e os outros times, todos.

Horas depois, peguei meu Honda Fit, vermelho como uma Ferrari, e vim para casa.

Ao chegar em casa, e depois de guardar o possante na garagem, estranhei os pneus.

Eles pareciam mais finos.

Olhei bem e conclui, espantado: trocaram os Pirelli colocados pela Honda por pneus sem marca e, pior, de bicicleta.

Assustado, olhei para a cor do veículo e conclui que não era o vermelho Ferrari. E mais: o carro não era o Honda Fit que havia comprado, mas, acreditem, uma Belina da Ford com motor 1.0.

Entrei em pânico.

Felizmente, acordei em seguida.

Acordei aliviado.

Respirei fundo, me vesti, tomei um suculento café da manhã com a Sueli (até porque hoje é dia dos namorados) e fui dar umas voltas pela vizinhança.

Queria ver as caras dos palmeirenses, são-paulinos, santistas, flamenguistas e... também dos torcedores do Sport Club do Recife.

Vi e ri muito.

Especialmente, na cara do Brejão, o pasteleiro da esquina das ruas Gregório Serrão com a José de Queiroz Aranha, aqui na Aclimação, quase Vila Mariana.

- Estou com gosto ruim na boca, Brejão, disse ao moço que veio do Mato Grosso do Sul para ganhar a vida vendendo pasteis em São Paulo.

- Estou com gosto de porcos tristes, acrescentei, em referência ao dia em que o Palmeiras perdeu a final da Copa Toyota, em Tóquio, no Japão.

Falei e rimos. Rimos muito. Gargalhamos, até. Brejão, eu e o Sr. Ferrari, morador da Gregório Serrao (como eu) e conselheiro do Corinthians.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, palmeirense?

12/6/2008 11:12:25

Comentários

Cláudio Amaral disse…
Sofremos juntos, mas menos mal, melhor Sport que outro time do Rio ou São Paulo...

Abs,

Rogério Silva
Editor-Chefe
TV Anhanguera/TO
rogeriosilva@tvanhanguera.com.br

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