Por quê? (173) Em nome da música


Cláudio Amaral

O apartamento em que moro com Sueli, minha eterna namorada, é ótimo; o nosso bairro é agradável e além de tudo tem o nome da minha querida sogra, Aparecida, mas... Santos tem muito mais a nos oferecer.

A Capital da Baixada Santista tem muito mais a nos oferecer aqui na Aparecida, na vizinha Ponta da Praia, no Boqueirão, no Embaré, no glamoroso Gonzaga, na famosa Vila Belmiro... enfim... por todas as partes, em Santos, encontramos atrações dignas das nossas atenções.

Os teatros de Santos, por exemplo, que aos poucos vão sendo recuperados graças às parcerias do poder público municipal com a iniciativa privada, representam algo que deve ser observado e curtido pela população local e regional.

Pois foi num deles, o Coliseu, que Sueli e eu fomos novamente, na noite desta terça-feira, 1º de setembro de 2009, para assistir as apresentações de duas corporações musicais de primeira.

Uma nós já conhecíamos: a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos.

A outra, não: a Banda de Música da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea.

Assistimos a duas exibições de encher os olhos, de agradar os ouvidos e de mexer com todos os nossos músculos e sentimentos.

Depois do Hino Nacional, que sempre reaviva nosso patriotismo, a Sinfônica santista nos brindou com a Sinfonia da Ópera O Guarani, de Carlos Gomes.

Foi a primeira vez que ouvi essa obra – a Sinfonia da Ópera O Guarani – na íntegra. Ouvi e gostei. Sueli, também.

Na sequência, os músicos comandados pelo maestro Luís Gustavo Petri, regente titular, nos ofereceram cinco obras lindíssimas de Heitor Villa-Lobos.

Para nos dar um fôlego, ainda que isso não fosse necessário, a organização do Concerto Comemorativo à Semana da Pátria, fez um intervalo de 15 minutos.

Foi mais para que a Sinfônica de Santos desse lugar à Banda da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, integrada por 36 militares e regida pelo subtenente mestre de música Cláudio Roberto Faria.

Dez músicas foram nos oferecidas pela Banda. Uma após a outra. Sem intervalo algum.

Destaques? Sim, tivemos três momentos mágicos, pela ordem: a Canção do Expedicionário, que tem letra de Guilherme de Almeida e música de Spartaco Rossi; os hinos das Forças Armadas e o Hino da Independência, em que Evaristo da Veiga escreveu sobre a música de Dom Pedro I.

No fim da noite e como a platéia pediu mais, fomos todos surpreendidos com uma ordem inesperada do general Nelson Santini Filho, comandante da 1ª Brigada.

Ele se levantou do lugar em que estava, no fundo e no alto da platéia, ao lado direito da esposa Maria Cristina Beraldo Santini, colocou as duas mãos na boca e bradou com voz alta e forte, para que todos ouvíssemos:

- O comando autoriza mais música.

A platéia aplaudiu, logicamente.

Aplaudiu e cantou ao som da Banda da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.

2/9/2009 01:35:58

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