Por quê? (181) Erro nada humano


Cláudio Amaral

Entrar em território alheio sem autorização nunca foi bom.

No caso, foi um erro fatal.

Mais que isso, eu diria: foi um erro nada humano.

Afinal, o território era (ou é?) privado, além de alheio.

Tudo bem, ele, no caso, poderia não saber disso.

Ele poderia desconhecer que estava entrando em área privada, indevida.

Mas, tão logo percebeu que estava sendo seguido – mais que isso, perseguido – ele deveria ter optado por abandonar aquele espaço privado e voltar para o território público que até então houvera ocupado.

Não o fez.

Não o fez e pagou caro por essa opção.

Foi seguido.

Foi perseguido.

Ficou acuado.

Escondeu-se.

Escondeu-se tanto quanto possível.

Escondeu-se o mais que pôde, eu diria.

Mas, quando o dia amanheceu, os donos da área – privada, repito – pediram reforço.

E não foi um reforço qualquer, não.

Os homens do reforço chegaram e foram à caça dele, o intruso, no caso.

Fizeram tudo o que podiam e sabiam, mas o invasor se fez de morto.

Quando foi descoberto, na undécima hora, fugiu novamente.

Fugiu e a caçada recomeçou.

Foi uma caçada árdua, estafante, mas ele estava em desvantagem.

Mesmo assim, não se entregou facilmente.

Deu trabalho. Muito trabalho aos seus caçadores, homens experientes e bem treinados.

No fim de horas, quando todos estavam pensando em desistir, ele, o invasor, a caça, foi localizado novamente.

Localizado e definitivamente encurralado.

Aí não teve saída: foi abatido.

Foi abatido com muito custo, é importante que se diga.

Lutou o quanto conseguiu, mas foi abatido.

Gritou, esperneou, tentou escapar, mas foi mortalmente atingido.

E assim, no final da manhã desta sexta-feira, o pequeno camundongo foi posto para fora da casa que invadiu sabe-se lá quando.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.

12/9/2009 10:43:42

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