Por quê? (253) Sonhos de Outono em Ashburn Village



Cláudio Amaral


Tenho sonhado com frequência nestes dias históricos em Ashburn Village, Virginia, Estados Unidos.

E o mais interessante é que me lembro de alguns deles (sonhos).

Sim, porque geralmente eu (como muitos seres humanos) não me lembro dos meus sonhos.

Na noite de 7 para 8 de outubro de 2011, por exemplo, sonhei em torno de uma das minhas maiores frustrações: não falar inglês.

Sonhei que estava numa loja. Ou numa oficina. Sei lá bem o que era aquele estabelecimento.

Perguntei, então, com o cidadão que me atendia: “Você fala inglês?” E ele me disse que sim, que seria impossível trabalhar ali sem dominar bem o idioma daqui.

Contei a ele que já frequentei mais de 30 (32, talvez) cursos de inglês e que nunca consegui chegar ao fim.

No mais recente, a respeito do qual eu já escrevi, eu estava aprendendo bem. Até porque o curso (no Cel-Lep junto a estação Santa Cruz do Metrô, em São Paulo) era bom, eu tinha tempo (porque acabara de ser demitido da Imprensa Oficial do Estado) e dinheiro (a grana da minha indenização).

Porém – e sempre tem um porém no caminho dos meus cursos de inglês – veio um convite irresistível de Campo Grande e lá fui eu ser diretor de Redação do diário O Estado de Mato Grosso do Sul, sem tempo algum para sequer pensar em voltar a estudar inglês.

Oito meses depois, de volta a São Paulo, curti minha casa e minha família por no máximo cinco dias e fui para Franca, por “intimação” do Amigo Júnior, que precisava de um “professor” (como ele se refere a mim até hoje) na Redação do Comércio da Franca.

Conclusão: nunca mais voltei a estudar inglês.

O outro sonho que tive foi na noite seguinte, ou seja, de ontem (dia 8) para hoje (dia 9/10/2011). Sonhei que estava na minha primeira jornada na Redação da revista Veja, em São Paulo (onde nunca trabalhei).

Meu chefe, no caso, é um grande Amigo (embora ele seja palmeirense e eu corintiano): Edson Rossi, meu colega de Master em Jornalismo para Editores (turma de 2003).

Em pouco tempo eu tive a certeza de que não é isso que eu quero para mim: um emprego em Redação. Ainda que fosse na Veja, a melhor de todas as revistas brasileiras (na minha opinião, gente) e na função que eu mais curto: repórter.

É que em pouco mais de duas horas de trabalho eu acumulava sete pautas. E não sei como, confesso.

Só sei que meu chefe foi me passando um assunto após o outro, outro, outro... e quando eu vi estava com sete pautas.

No auge da correria, acordei. Nem tive tempo de me despedir do Amigo Edson Rossi.

Quando contei esse sonho à Sueli, nesta manhã ensolarada de domingo, ela me disse que talvez eu devesse repensar minha decisão de viver unicamente em função da minha aposentadoria.

Mas, não. Quero continuar tendo tempo para minhas leituras (jornais, revistas, notícias e artigos via Web), para ouvir meus programas de rádio e televisão (quando voltar a São Paulo), para minha família, para meus Amigos e para cuidar da saúde. E, de quebra, para atender aos pedidos dos estudantes de Jornalismo que me descobrem em pesquisas via Internet, como a jovem Edna Ribeiro e suas colegas (Jake, Viviane e Matilde) da Unisa.

Desejo, também, ter tempo para acompanhar os jogos do meu Timão, seja no Pacaembu (Capital paulista), pela TV Globo, pelo SporTV ou pela Jovem Pan. Tal qual fiz esta tarde, via Internet, nas vozes de Nilson Cesar, Flávio Prado, Wanderley Nogueira e Luiz Carlos Quartarolo, entre outros, quando o Corinthians venceu o Atlético-GO por 3 a 0 e voltou à liderança.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.

9/10/2011 14:52:32 (atualizado às 19:55:48 de 09/10/2011 e às 19:31:09 de 10/10/2011)

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