Por quê? (84) Dono de nada


Cláudio Amaral

“Quem pensa que é dono de tudo, na verdade, não é dono de nada”.

A frase me foi dita nesta manhã de terça-feira, 13, mais uma manhã fria, em São Paulo.

Tão fria, mas tão fria, que eu quase imitei um famoso treinador de futebol, que no domingo à tarde foi trabalhar, em Curitiba, sem tirar a calça comprida do pijama com o qual dormiu.

Mas, como Curitiba é uma coisa e São Paulo é outra, tirei o pijama por volta das 7 horas da manhã, sob um frio de 9 graus centígrados, vesti o uniforme de trabalho e encarei mais um dia de frio.

Um dia que promete ser longo, e frio.

Longo porque hoje tem jogo do Corinthians, que vai enfrentar o São Caetano, em Ribeirão Preto, uma das cidades mais quentes do território paulista (será que faz frio, também, hoje, em Rébis, terra dos meus Amigos Guto e família Piñol?).

O jogo faz parte da Copa do Brasil, cujo campeão terá direito a disputar a Copa Libertadores de 2009, tal qual o Fluminense está fazendo neste 2008, por ter sido o melhor na competição de 2007.

Certamente, será um jogo difícil. Mais para o Corinthians do que para o São Caetano, que nem torcida tem. Ou melhor: tem bem menos torcedores do que o Timão e quase nenhum compromisso com os raros admiradores do Azulão do ABC Paulista.

Com frio ou sem frio, lá estarei, bem em frente à televisão da sala de minha casa, na Aclimação, pronto para o que der e vier. Eu e meu filho Mauro, tão ou mais corintiano do que eu.

Bem agasalhados, suco de laranja numa mão e pipoca ou amendoim na outra, vamos torcer para que o tempo esquente e a alta temperatura nos leve a muitas alegrias.

Afinal, não somos donos de nada. Nem mesmo do nosso nariz, que também está frio – ou melhor, gelado – e não pára de escorrer.

Por conta disso – do frio e do nariz escorrendo – não fui ao Pacaembu no sábado passado, apesar daquele ser o meu estádio preferido, dele estar todinho reformado e recuperado e lá ter acontecido a estréia do Corinthians no Brasileirão da Segunda Divisão.

Foi também por conta do frio e do nariz escorrendo que ainda não tive disposição para conhecer a mais nova atração turística da minha querida e amada São Paulo da garoa: a Ponte Estaiada, sobre o leito e a Marginal do Rio Pinheiros, na zona sul desta capital.

Estas duas obras – a reforma do Pacaembu e a construção da Ponte Estaiada – foram feitas com o nosso dinheiro, ou seja, daqueles que contribuem diariamente com os cofres dos governos do Estado e da cidade de São Paulo.

Nem por isso, entretanto, somos donos delas. Nem de uma, nem de outra. Até porque, como disse meu interlocutor desta manhã fria... “quem pensa que é dono de tudo, na verdade, não é dono de nada”.

E eu, como você, somos, quando muito, filhos do Dono.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, filho de Deus?

13/5/2008 13:01:31

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