Por quê? (177) Lembranças


Cláudio Amaral

O ex-chanceler Celso Lafer e o jornalista Itaborahy Martins afloraram na minha mente por ocasião das apresentações que os jornalistas e escritores Ruy Castro e Heloisa Seixas (http://heloisaseixas.blogspot.com/) fizeram na sexta-feira, no Theatro Guarany, em Santos.

Eu estava na segunda fila da platéia quando Heloisa Seixas concluiu a primeira participação dela no 1º Encontro Internacional de Escritores em Santos, a “Tarrafa Literária”, na tarde do dia 4 de setembro de 2009.

De imediato, o mediador Ricardo Kotscho, titular do Balaio do Kotscho (http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho), disse, com propriedade:

- Heloisa Seixas não só escreve bem, como fala bem. Se essa explanação foi gravada, basta copiar e editar.

Olhei para o relógio colocado no meu pulso esquerdo e que eu havia ganhado de Sueli, quando ela voltou da Itália, em março.

Ele, o relógio, marcava 16h52 e de imediato me veio à mente a figura do jurista do professor e ex-ministro da Indústria e Comércio e das Relações Exteriores do governo brasileiro Celso Lafer (http://pt.wikipedia.org/wiki/Celso_Lafer).

Pensei nele e no professor de português que nos deu aulas na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, na Rua da Mooca, zona leste da Capital paulista, em meados de 1998:

- Raras são as pessoas que escrevem e falam bem. E Celso Lafer é uma delas.

“Celso Lafer e Heloisa Seixas”, pensei enquanto fazia anotações na agenda que havia levado comigo ao Theatro Guarany, na primeira sexta-feira deste mês de setembro.

Nem meia hora se passou e Ruy Castro, sentado à direita de Ricardo Kotscho, enfatizou que os livros, no Brasil, “custam barato” e podem ser encontrados com facilidades em centenas de sebos existentes pelo País afora.

Na sequência, o autor de Chega de Saudade fez uma confidência surpreendente:

- Certa vez, dentro de um sebo do Rio de Janeiro, a mulher de um poderoso ex-dirigente da Rede Globo de Televisão, olhou para todos os lados e exclamou: “Aqui só tem velharia”.

Prontamente, lembrei-me do jornalista Itaborahy Martins, um dos meus mentores na Redação do Estadão, entre 1971 e 1975.

Ao saber que eu havia sido escalado pelo Mestre Eduardo Martins para uma viagem a Roma, na Itália, ele se aproximou de mim e cochichou:

- Vê se ao voltar não chega falando como um colega que me disse não ter gostado da capital italiana porque lá é tudo velho.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968, repórter, editor, professor e orientador de jovens jornalistas, palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação empresarial e institucional.

6/9/2009 00:22:09

Comentários

Não pude ver a Heloísa, nem o Ruy (e o Kotscho, é claro!), porque estava trabalhando.
Aproveitei a Tarrafa no final de semana.
Obrigada pela visita ao blog.
Agora à tarde, corrigi alguns deslizes que escaparam na madrugada.
Abração

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