Por quê? (113) Recordações adamantinenses


Cláudio Amaral

Ainda não vi tudo o que me propus a ver.

Também, pudera, estou na cidade há apenas 4 horas.

Cheguei às 18h30 e agora são 22h30.

Foram 9 horas de viagem entre a minha casa, no bairro da Aclimação, em São Paulo, e o Hotel Villa Verde, em Adamantina.

Rodei mais de 600 quilômetros com apenas três paradas para reforçar o tanque de álcool do meu automóvel e o meu estômago.

Em Adamantina, fiz a ficha exigida pelo hotel no menor tempo que me foi possível e tomei, rapidamente, o rumo da Rádio Brasil, onde trabalhei há 40 anos.

No ar estava o meu Amigo e proprietário da emissora Jonas Bonassa, o Sabiá.

Não nos víamos há 39 anos e meio. Desde que daqui sai para trabalhar no Jornal do Comércio de Marília.

Na época, Sabiá estava começando na profissão de radialista.

Ele me recebeu com euforia, me levou para uma conversa a dois na sala da presidência e depois me conduziu ao estúdio.

Tivemos um dialogo rápido aos microfones e, no ar, ele me intimou a conceder uma entrevista na Rádio Jóia, também de propriedade de Sabiá, às 11h30 desta terça-feira.

De volta ao hotel, às 19h30, tomei banho, me troquei, vi meu correio eletrônico e fui às ruas.

Estava ansioso por rever a minha cidade.

Em frente ao Villa Verde, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Deputado Salles Filho, continua, mais rainha do que nunca, a Casas Pernambucanas.

Abaixo da Salles Filho, mas ainda na Rio Branco, a mesma revistaria e livraria de sempre, a do Carlito, onde comprei um exemplar da primeira edição da revista Veja, no fim dos anos 1960.

Na esquina de baixo, ouvi vozes no primeiro piso do prédio da Prefeitura, subi e dei de cara com a sessão semanal da Câmara Municipal.

Sem que nada me atraísse, deixei o local em não mais do que 15 minutos.

Dali fui conferir o que restou de alguns lugares marcantes dos meus tempos de menino e adolescente por terras adamantinenses.

A casa onde funcionava a telefônica local continua lá, agora abrigando a Casa do Papai Noel. Não pude entrar, mas deu para ver que o imóvel continua preservado.

Também não pude entrar na ex-residência da minha família, na Alameda Armando de Salles Oliveira, mas revi com satisfação e nostalgia o quarteirão onde morei por anos, brinquei e joguei futebol.

Entrar eu entrei no prédio do Instituto Educacional (foto), na Alameda Santa Cruz, esquina com a Rua General Isidoro, onde estudei os primeiros anos do ginasial. A escola está diferente, mas ativa. Além de cursos do ensino do Primeiro e Segundo graus, forma técnicos em Açúcar e Álcool, Meio Ambiente, Segurança do Trabalho, Prótese Dentária, Nutrição e Dietética, Enfermagem e Enfermagem do Trabalho.

No caminho de volta ao hotel, revi o local onde era a rodoviária, hoje um centro espírita; a Casa Andes, que pertencia a uma família japonesa com quem convivi na Seicho-No-Iê e que me pareceu abandonada; tomei sorvete de milho no Palácio do Sorvete, cujo dono me garantiu que tudo ali é preparado pela família dele, artesanalmente; a rua em que ficava a Prefeitura, de cujo prédio não sobrou o menor vestígio.

Por fim, passei pelo que restou do Cine Santo Antônio. Lá eu vi os melhores filmes da minha adolescência e senti as emoções típicas de uma formatura ginasial.

Foi triste ver quase nada restou do Cine Santo Antônio dos meus tempos.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

18/8/2008 23:11:25

Comentários

Anônimo disse…
Se trata da minha querida Adamantina!!!
Sou de uma nova geração...tenho 25 anos, mas pude desfrutar da beleza do cine Santo Antonio, que fechou suas portas em meados de 2002 (recente até).
Até pesço por gentileza, se tem alguma foto da cidade na epoca em que o Senhor morou lá, me mande por favor. amo aquela cidade e sempre amarei.
Meu cntato é anderson_pguerrero@hotmail.com

que prazer poder ler esse post.

abraços de um adamantinense!

Anderson

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