Por quê? (245) Vamos cantar?

Cláudio Amaral

Logo que comecei a frequentar as missas da Igreja Católica Apostólica Romana, por obra e graça de Sueli, descobri uma vantagem: cantar.

Gosto de cantar desde criança. Desde os tempos em que minha irmã Cleide cantava no coral de Adamantina e chegou a gravar um disco. Um discão de vinil, daqueles que não existem mais.

Tentei entrar no coral da minha cidade natal. Minha irmã até tentou me ajudar, mas não foi possível e eu fiquei frustrado por anos a fio.

Até que, já em Marília, em 1969, conheci Sueli e com ela fui à Celebração da Missa na Igreja de São Bento.

Logo depois eu descobri que poderia cantar à vontade, no meio da multidão. Poderia cantar e até desafinar, porque em meio a aquele povo todo ninguém iria perceber.

Agora, soltar a voz, mesmo, como eu gosto, só vim a fazer em São Paulo, aonde Sueli e eu viemos morar após o casamento, no dia 5 de setembro de 1971.

E na primeira oportunidade que tive, entrei num coral. Foi no coral da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, empresa pública em que exerci a Gerência de Redação por cinco anos e 45 dias, entre 1998 e 2003.

Foi o máximo. Ou pelo menos eu me senti o máximo, ao lado de Júlio Pucci (Gerente da Gráfica) e Leonor Taioli (Gerente do RH), entre muitos outros. Sei que ambos estão aposentados, nossos contatos são raros, mas os dois continuam morando no meu coração e tendo o meu respeito, pessoal e profissionalmente. Tal qual o Maestro Mauro Bonagura, que nos ensinou tudo o que lhe foi possível.

Do coral da Imprensa Oficial eu guardo ótimas lembranças.

Uma, por exemplo, do dia em que cantamos na inauguração da Gráfica-Escola, onde seriam formados futuros gráficos, na Zona Leste de São Paulo. Todos os aprendizes eram jovens oriundos das camadas mais humildes da população paulistana, uma vitória de dois grandes amigos: o presidente Sérgio Kobayashi e o diretor Industrial, Carlos Nicolaewsky.

Outra, quando nós todos andamos por todas as salas da empresa, uniformizados e cantando. Sentimo-nos cheios de orgulho e, no caso particular, só deixei aquele coral no dia em que a Imprensa Oficial me dispensou.

Mas, voltando ao fato de cantar na Igreja, lembro que uma das minhas músicas preferidas me acompanha desde os tempos em que frequentava a Sé Catedral Imaculada Conceição de Franca, nos anos 2005 e 2006, ao lado de Sueli Amaral e de Arnon Gomes, hoje repórter especial da Folha da Região de Araçatuba.

Trata-se de um “Canto de Respostas”, cujo refrão é:

Sou bom pastor, ovelhas guardarei. Não tenho outro ofício, nem terei. Quantas vidas eu tiver, eu lhes darei.

Jamais me esqueço também de um “Canto de Apresentação das Oferendas”, que tem o seguinte refrão:

A tua ternura, Senhor, vem me abraçar. E a tua bondade infinita, me perdoar. Vou ser o teu seguidor, e te dar o meu coração, eu quero sentir o calor de tuas mãos.

Tem mais, muito mais, músicas que me agradam quando estou a cantar na Igreja. Tem um “Canto de Entrada”, por exemplo:

Me chamaste para caminha na vida contigo. Decidi para sempre seguir-te, não voltar atrás. Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma, é difícil agora viver sem lembrar-me de Ti.

O refrão desta música também é inesquecível:

Te amarei, Senhor. Te amarei, Senhor. Eu só encontro a paz e a alegria bem perto de ti.

Quanto maior a Igreja, a capela, mais à vontade eu fico para cantar.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que, caro e-leitor?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968.

23/8/2011 14:27:11

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