Por quê? (55) Viagem inesquecível: Santos

Cláudio Amaral

Disse e repito: sempre gostei muito de viajar, conhecer pessoas e lugares novos.

Por conta disso, estiquei uma viagem a São Paulo, aos 15 para 16 anos, para rever o mar, em Santos.

Estava em São Paulo para participar de um encontro de jovens da Seicho-No-Iê.

Havia morado aqui na primeira infância, até logo após a Copa do Mundo de 1958.

Minha avó materna, Durvalina, meu avô Zéca (segundo marido dela), duas tias, Terezinha e Dulce, três tios, Walter (marido de Dulce), Renato (casado com Terezinha) e João (ainda solteiro) moravam aqui.

Mas, ao invés de ir vê-los no Ipiranga, na Saúde e no Sacomã, fui é para Santos.

A viagem foi combinada com os colegas da Seicho-No-Iê que vieram comigo de Adamantina.

Um deles deu a idéia, falamos em grupo com o responsável pela nossa vinda e no dia seguinte ao encontro levantamos cedo, tomamos café e embarcamos na mesma Kombi que havia nos trazido de Adamantina.

Descemos a serra ao nascer do Sol e subimos ao entardecer.

Fizemos a maior algazarra junto ao mar.

Parecíamos um bando de crianças deslumbradas com um brinquedo novo e tão sonhado.

Jogamos areia e água salgada uns nos outros.

Só o nosso responsável se salvou das peripécias e peraltices do grupo.

Tomamos banho nas águas do mar, mesmo. E vestimos a roupa por cima do sal que insistia em grudar nas nossas peles.

Nada poderia nos incomodar naquele dia inesquecível. Nem mesmo o calor típico das regiões à beira mar.

Almoçamos, demos uma volta geral na cidade e subimos a serra antes que escurecesse.

Naquela época, tínhamos apenas uma opção para ir e vir de Santos: a Via Anchieta, porque o Caminho do Mar já não oferecia uma viagem segura e a Rodovia dos Imigrantes não era nem sonho.

Em São Paulo, fiquei no Ipiranga, agora sim, para ver meus parentes.

Desci e me despedi do grupo na Rua Bom Pastor, exatamente na esquina da Rua Cisplatina. E dali fui ver meu avô e minha avó.

Fiquei com eles no fim de semana e voltei de ônibus para Adamantina.

Cheguei lá na maior felicidade, pois, afinal, havia feito uma viagem de gente grande.

Uma viagem inesquecível.

Por quê?

E você ainda me pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.

2/3/2008 22:29:16

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