Por quê? (62) Congestionamentos

Cláudio Amaral

O assunto do dia, hoje, 11 de março de 2008, em São Paulo, é o congestionamento.

Melhor seria dizer os congestionamentos registrados em São Paulo hoje, ontem, antes de ontem... e assim por diante.

Congestionamento virou rotina aqui na Capital paulista, há anos, mas todo dia se fala, se escreve, se filma, se fotografa, se manifesta, enfim, se comunica a respeito dos nossos congestionamentos.

E assim será sempre e cada vez mais.

Todas as emissoras de rádio que fazem Jornalismo, em São Paulo, dedicam mais e mais espaços aos congestionamentos.

As tevês e os sites, também.

Temos até uma emissora de freqüência modulada dedicada exclusivamente ao tráfego de veículos pelas nossas ruas, alamedas e avenidas, a Sul América Trânsito, 92,1, filhote da Rádio Bandeirantes, patrocinada pela Sul América Seguros: http://www.sulamerica.com.br/radiotransito.

Os repórteres que tratam do assunto falam de todos os cantos da cidade e por todos os meios. Inclusive a partir de helicópteros (um dos quais é ocupado toda manhã pelo meu Amigo Geraldo Nunes, repórter aéreo da Rádio Eldorado AM 700 kHz).

Ou seja: os congestionamentos criaram centenas de empregos na maior cidade do Estado e do País, entre jornalistas, radialistas, cinegrafistas, fotógrafos, engenheiros, técnicos e fiscais (os chamados marronzinhos).

O congestionamento desta terça-feira foi tão intenso que todos nós entramos no assunto. No rádio, na tevê e na Internet tivemos especialistas de todas as formações.

Um publicitário defendeu no http://www.bluebus.com.br/ que deveríamos passar a andar de bicicleta e em seguida outro veio e contra argumentou: “Como carregar as compras do supermercado numa bicicleta?”

As sugestões para o problema foram desde o escalonamento dos horários de entradas e saídas no trabalho por região da cidade à melhoria no transporte coletivo (ônibus e Metrô), passando pelo transporte solidário e pelo pedestrianismo.

De minha parte, fica uma certeza que tenho há 30 anos: quando Sueli e eu resolvemos abrir nossa empresa e contratar funcionários para nos auxiliar nas tarefas diárias (chegamos a ter uma equipe de 18 pessoas), dávamos preferência para aqueles que moravam na região em que instalamos nosso escritório. Assim, na falta de ônibus, fosse por greve ou congestionamento, eles iam caminhando para o trabalho.

A propósito, os nossos escritórios sempre foram instalados nas proximidades de casa e isso sempre nos ajudou.

Hoje, quando não estou a trabalhar no escritório que tenho dentro de casa, procuro horários alternativos, seja saindo de casa antes ou depois dos momentos em que a maioria dos motoristas colocam seus veículos nas ruas.

Tem dado certo.

Nem sempre, mas tem dado certo.

Agora, uma providência faz falta nas grandes cidades como São Paulo: uma equipe – de profissionais e voluntários – que pudessem se dedicar exclusivamente ao estudo de alternativas para diminuição dos congestionamentos.

Ah... tem mais: que tal tirar de circulação todos os veículos que estão caindo aos pedaços?

Por quê?

Ah... e você ainda me pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.

11/3/2008 14:53:15

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