Por quê? (65) Saudade de 2003

Cláudio Amaral

Acordei bem, alegre, feliz, cheio de vontade de escrever.

Por quê?

Penso que o motivo é o dia lindo que vi – e ainda vejo – lá fora.

Um dia claro, começando a esquentar, radiante... depois de dois dias frios, chuvosos, carrancudos e repletos de congestionamentos por todos os lados da metrópole paulistana.

Sem mais, nem menos, pensei nos meus colegas de mestrado no Centro de Extensão Universitária da Universidade de Navarra, Espanha.

Pensei na turma e em cada um deles: Luis Meneghim (Joinville), Ildo Silva (Florianópolis), Rogério Silva (Palmas), Flávio Mello (São Paulo), Luis Caminha (Pelotas), Marcelo Pereira (Campinas), Marcos Meirelles (São José dos Campos), Tânia Rabello (SP), Silvia Herrera (SP), Sandra Aguiar e Eduardo Caliman (Vitória, ES), Edson Rossi (SP), Daniela Scatolin (SP), Claudia Belfort e Célio Martins (Curitiba), Fernanda Santos (SP), Ramon Monteagudo (Cuiabá), Jackson Abrão e André Rodrigues (Goiânia) e Alessandra Machado (Rio Branco).

Na Mônica Paula, também, pois ela sempre foi nossa fiel escudeira, tanto na sala de aula quanto nas festas.

Pensei, ainda, nos professores, a maioria vinda da Espanha (Paco Sanchez, Antoní Piqué, Ramón Salaverría...), uma, inesquecível, cubana residente nos Estados Unidos, Bonnie Anderson, e outros tantos residentes no Brasil: os nossos diretores Carlos Alberto Di Franco e Guilherme Cunha Pereira, Rafael Ruiz, Jorge Matuoka e Cesar Bullara.

Tive vontade de estar novamente com eles.

Senti saudade das nossas conversas em sala de aula, nos intervalos com fartura (café, sucos, doces, salgados...), nos almoços e jantares repletos de gargalhadas.

Até nas reuniões de grupos de trabalho nós éramos felizes, sorridentes sempre, descontraídos, amigáveis.

Tínhamos nossas preferências. Claro. Lógico. Evidente. Afinal, somos humanos e seremos sempre. Mas não me recordo de qualquer divergência entre nós. Pessoal, ideológica ou profissional.

Nos divertíamos muito com a postura generalesca de Ildo Silva, com o gauchês de Luis Caminha, com o flamenguismo de Marcos Meirelles, com as carências de Rogério Silva, com a ironia de André Rodrigues, com o bom humor de Edson Rossi e com as posições das meninas, também, que, por educação, me reservo o direito de não detalhar.

Foi um ano bom, aquele 2003.

Foi um mestrado muito rico.

Tão rico, mas tão rico, que voltei em 2004 e assisti aulas e quase todas as palestras da turma que nos sucedeu.

Conclusão: estou com saudade, turma. Muita saudade.

Por quê?

Ah... e você ainda me pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.

18/3/2008 12:28:27

Comentários

Cláudio Amaral disse…
Cláudio

Só mesmo você, Cláudio, que sempre tem sido generoso com todos, para despertar em nós bons sentimentos. Remexer nossos baús onde guardamos boas lembranças, reavivar valores tão importantes como a amizade e o afeto. Também tenho saudades de todos. Considero o Master um mestrado e talvez a minha mais rica vivência profissional. Além do conhecimento técnico, de reforçar convicções sobre a necessidade de aprender sempre, o que mais sinto falta é do relacionamento, dessa comunhão tão harmoniosa do grupo.

Um beijo carinhoso a todos

Meneghim
Cláudio Amaral disse…
Hola a todos!!!

Claudio, que bueno oir de ti... por medio de un email tan buen escrito y tan lindo.

Que coincidenica: Acabo de cenar con un capitan de bote de pesca que viene de Vittoria (a lo mejor lo escribi mal... disculpen!) El cocino para mi capitan y yo... y lo pasamos bien. (Y vuelvo a su bote dentro de un minuto para una caipirinha!) Yo le hable de mis visitas a Brasil, los amigos que tengo por medio del master y cuanto adoro a tu pais y a tu gente. (Esto no tenia nada que ver con el hecho de que Bruno es sumamente guapo. Tambien es sumamente joven, desafortunadamente!)

Estamos en la Republica Dominicana pescando en mi bote por marlin. Llevamos dos dias pescando, con mucho exito considerando que yo soy la unica persona aqui pescando con equipo de fly fishing (en espanol algunos lo llaman pesca a mosca - los espanoles le llaman 'cola de rata.') Es lo mas dificil, especialmente con los marlin, el pez mas dificil de coger con cualquier equipo.

Pero uds. me conocen... siempre quiero conquistar lo mas dificil. Cualquier persona puede coger un marlin con equipo convencional. Ninguna mujer ha cogido un marlin del atlantico con equipo de flyfishing. En dos dias, he enganchado tres... y traje uno al lado del bote depues de una pelea de dos horas. Cuando termino la pelea 'marlin vs. periodista vieja' tuve que preguntar a mi capitan si mis brazos todavia estaban conectados a mis hombros. Que cosa.

Mando un fuerte abrazo y besos a todos!

Bonnie
Cláudio Amaral disse…
Incomparável Cláudio Amaral!

Que beleza, amigo velho. Só tu mesmo para reavivar a lembrança daquela convivência boa e cheia de harmonia. Acho que não contrario ninguém se disser que fomos todos muito felizes naquele 2003.

Saudades

Caminha
Cláudio Amaral disse…
Meu caro Claudio e todos,

É....pois é! Eu já disse muitas vezes nas aulas que é difícil espanhol sentir “saudades”, mas o fato é que sinto mesmo, sinto saudades dessa turma e fiquei feliz de ler o texto do Cláudio e as msgs que vão chegando.

Um forte abraço

Rafael

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