Por quê? 001 É fase
Cláudio Amaral
Quando começou a falar, há 34 anos, minha filha Cláudia, disparou: “Por quê? por quê? por quê?”.
Diante da minha cara de espanto, minha mulher me explicou: “É a fase dos por quês pela qual todos nós passamos”.
Hoje, quando prevejo a chegada da “fase dos por quês” da minha primeira neta, Beatriz, prestes a completar 4 meses de vida, sou eu quem me vejo numa nova “fase dos por quês”.
Em casa, nas ruas, no Metrô, nos shoppings, nas livrarias, andando a pé ou de carro, eu frequentemente me pego a perguntar: “por quê?”
O que eu mais me pergunto é: “Por que as pessoas fumam?” Basta eu ver alguém com um cigarro na mão ou na boca para esta questão vir à mente. Seja que for: homem ou mulher, jovem ou idoso, gordo ou magro.
Será porque o cigarro me preocupa tanto?
Será porque o cheiro do cigarro me incomoda em demasia?
Será porque o cigarro gera tantos males à saúde?
Ou será porque eu nunca fumei?
E por que será que eu nunca fui adepto do fumo?
Será que o motivo é o fato de meu pai nunca ter fumado?
E com você, caro leitor, também acontece isso?
Você também está, esteve ou poderá vir a passar pela “fase dos por quês?”
Será que eu – como quase todo jornalista – sou muito curioso?
Ou será que o meu nível de ansiedade, insatisfação e ou carência é muito grande?
Será que é a idade, uma vez que eu já passei dos 50 e estou a caminho dos 60 anos?
Será a “fase dos por quês?” uma demonstração de insegurança?
Ou estaria eu numa nova fase de auto-afirmação?
Será?
Por quê?
Gostaria muito que você me escrevesse a respeito.
A respeito dos meus e dos seus porquês.
Quem sabe, assim eu me livro dos meus porquês.
Será?
Por quê?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.
4/10/2007 01:28:13
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