Por quê? (34) Franca


Cláudio Amaral

Parece perseguição, mas não passa uma semana sem que eu esbarre em algo que me lembre os meus 18 meses em Franca (SP).

Quando eu trabalhava num escritório da Rua Estados Unidos, ano passado, pegava o ramal Paulista do Metrô, saia na estação Brigadeiro, descia a Avenida Brigadeiro Luiz Antônio e, obrigatoriamente, cruzava a Alameda Franca.

Semana passada, precisando de uma informação importante, liguei para um conhecido e ele me atendeu dizendo estar em... Franca.

Ontem, 30/1/2008, voltei a fazer contato com a mesma pessoa e ele me disse para procurar um executivo do Magazine Luiza, em... Franca.

À noite, vendo o jogo Sertãozinho 0 X Corinthians 0, não deu outra: em meio aos torcedores do Timão apareceu uma faixa em que se lia: “Fiel Franca”.

Mais: nas camisas dos jogadores do Sertãozinho aparecia a marca de um supermercado que tinha (e ainda deve ter) lojas em... Franca.

Fui para Franca no dia 3 de abril de 2005 para trabalhar por um mês na Redação do Comércio da Franca, o maior jornal da região.

Quinze dias depois me pediram para ficar mais um mês.

Antes que o primeiro mês terminasse, novo pedido: “Fique até o aniversario do jornal, em julho”.
Acabei completando um ano e meio em Franca.

Foi um período de muitas alegrias.

Uma fase muito produtiva.

Sim, eu sentia a falta da família, embora minha mulher estivesse sempre por lá.

Sentia imensa saudade dos filhos, dos amigos que em São Paulo deixei, da minha casa, da minha rua, do meu bairro e da minha cidade.

Quando o Corinthians jogava no Pacaembu, era líquido e certo: eu reclamava da distancia.

Desejava, sempre, estar em São Paulo, no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho e em meio à grande nação corintiana.

Para compensar, fui algumas vezes ao Lanchão, o Estádio Lancha Filho, ver jogos da Francana, mas desisti: o time era tão ruim, mas tão ruim, que dava vontade de chorar de raiva.

E ai a saudade do Corinthians aumentava.

Hoje, cada vez que algo me faz lembrar de Franca, acontece o contrário: eu sinto falta da Praça Barão, do Senhor Café e do café da Cidinha, do Restaurante Barão e das cortesias do Pio e do Degran, das celebrações na Catedral (sempre cheia de fiéis), do Franca Inn Apart Hotel e do café do Nei, das noitadas entre amigos no Copo Sujo, das pizzas da Sapataria, das conversas no Galo Branco, dos passeios no Franca Shopping, das sessões de hidroginásticas na piscina da Mergulho e dos jogos de basquete no ginásio do Pedrocão.

Mas isso não é tudo.

Sinto falta, e como sinto, das jornadas diárias e das viradas de noite na Redação do Comércio da Franca e de todos os profissionais com quem lá convivi.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral
clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

31/1/2008 00:38:08

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