Por quê? (40) Perdão

Cláudio Amaral

Eu sou uma pessoa de hábitos.

Ou manias, como preferem dizer algumas das pessoas que comigo convivem diariamente.

Por exemplo: todo dia, ao acordar, e depois de fazer as necessidades básicas, eu tenho por hábito (ou mania, como queiram) ligar este computador portátil no qual escrevo agora, às 10h14 do dia 12/2/2008.

Por quê?

Porque gosto de começar o dia sabendo quem escreveu pra mim e o quê cada um dos meus correspondentes eletrônicos tem para me dizer.

Outro exemplo?

Pois sim: entre as mensagens que recebo todo dia, religiosamente, vem uma das Paulinas.

É o Evangelho do Dia, que leio, sem falta.

Às vezes, logo pela manhã.

Às vezes, ao longo do dia, ou até mesmo à noite.

Hoje, li de imediato.

E lá estava:

O Pai Nosso

Mt 6,7-15

Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem assim:
"Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo. Venha o teu Reino. Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu! Dá-nos hoje o alimento que precisamos. Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam. E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal. [Pois teu é o Reino, o poder e a glória, para sempre. Amém!]"

Porque, se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês. Por conta dessa passagem da Bíblia Sagrada, eu aproveito para dizer a todos que me lêem que, humildemente, e aproveitando a beleza desta manhã, eu lhes peço perdão.

Perdão, Amor, por não ter conseguido ser o marido, companheiro e amante ideal.

Perdão, meus filhos, por não ter me dedicado a vocês tanto quanto vocês queriam e precisavam.

Perdão, Be(bê)atriz por ser um vovô tão babão e bobão.

Perdão, meus pais e meus irmãos, por não ter podido estar sempre com vocês, especialmente nas horas em que mais precisavam de mim.

Perdão, meu sogro, minha sogra, meus cunhados, sobrinhos, compadres e afilhados pelos dissabores e decepções que eu possa ter feito vocês sentirem.

Perdão, meus patrões, chefes e companheiros de trabalho por nem sempre ter correspondido às suas expectativas.

Perdão, meus amigos, especialmente os Amigos (com A), por eu nem sempre estar à disposição de vocês, nem ao lado de vocês nas horas em que vocês mais precisaram de um Amigo.

Perdão, meus professores, do Primário, em Adamantina (SP), aos Mestrados, em São Paulo, por não ter me empenhado tanto quando vocês esperavam.

Perdão, meus colegas de classes, por não ter sido tão solidário quando eu deveria ter sido.

Perdão, meu Pai, por nunca ter conseguido ser o filho exemplar que Você gostaria que eu fosse.

A todos, humildemente, eu peço perdão, perdão, perdão...

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

12/2/2008 10:32:44

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