Por quê? (19) O Eucalipto

Cláudio Amaral

Hoje é quinta-feira, 3 de janeiro de 2008.

E como faço todas as quintas-feiras, estou em casa, tranqüilo, sem compromissos formais, sociais e profissionais.

Num dia como hoje, aproveito para fazer serviços caseiros: curtir Be(bê)atriz, ler o Estadão e rabiscar o que não gosto e ou não concordo, limpar as gavetas e o guarda-roupa, ver e ouvir o noticiário esportivo (especialmente quando falam do Corinthians)... até que algo me tire o sossego.

O barulho dos carros velhos, por exemplo, que insistem em passar pela rua em que moro há 31 anos e, vez por outra, parar na porta de casa, aqui na Aclimação.

É o caso de uma Parati do século passado, daquelas que ainda precisam ter o motor esquentado antes de sair do lugar.

Ela estava quieta, imóvel, quando sai para ir à padaria, mas, quando voltei, o barulho era de tirar o controle emocional da vizinhança.

Tive dois carros desse tipo e, se pudesse, voltaria a ter uma Parati, mas nova, zerinho. E cuidaria dela como cuidei das minhas duas, do meu Kadet e do Polo Classic que perdi numa batida na manhã de 4/11/2007.

Por falar no Polinho, que estava comigo desde o dia 8/3/1998, soube às 10h48 de hoje que ele foi a leilão em 29/12/2007, sem que eu tivesse a menor chance de vê-lo pela última vez e tentasse recuperá-lo.

Feliz de quem o arrematou.

Carro vai, carro vem, uma Kombi dos Correios, toda amarela, parou na porta de casa e me fez interromper a leitura das mensagens do correio eletrônico.

Dela me veio um pacote enorme, despachado em Itu, a 74 quilômetros de São Paulo.

Dentro, um exemplar de O Eucalipto, que o autor me anuncia, num bilhete manuscrito e personalizado, como sendo “o 12º livro desde que sai da Redação”.

O autor, no caso, é o jornalista e escritor Luiz Roberto de Souza Queiroz, o Amigo Bebeto, a quem conheci tão logo cheguei a São Paulo e à Redação do Estadão, em maio de 1971, vindo da sucursal de Campinas.

Bebeto já era um repórter experiente, categoria especial, e por isso, e também pela sua cultura, inteligência e solidariedade, foi uma pessoa marcante na minha formação profissional.

Até porque eu ainda era apenas um caipira de Adamantina, com rápidas passagens por Marília e Campinas.

Bebeto, o nosso chefe Eduardo Martins e o saudoso repórter esportivo Ney Craveiro, entre outros, foram marcantes e são inesquecíveis para mim.

Foi Bebeto quem me apresentou a Álvaro Luiz Roberto de Assumpção, o saudoso Amigo Meninão, com quem trabalhei em 1976/78 e aprendi o que há por dentro de uma empresa jornalística, até decidir alçar vôo solo.

Dei uma passada rápida d´olhos em O Eucalipto, ainda antes do almoço, e decidi que minha ocupação, por hoje, será vasculhar as páginas desta obra, uma a uma.

Por quê?

Tenha calma, caro leitor, porque depois eu te conto tudo. Ou melhor, quase tudo, para não lhe tirar o gosto e o prazer de também ler O Eucalipto.

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

3/1/2008 11:56:58

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