Por quê? (3) A vida

Cláudio Amaral

É sábado pós-feriado de 12 de outubro de 2007.

Passa um pouco da uma hora da tarde e a fome bateu às nossas portas, ou melhor, nos nossos estômagos.

Eu e minha mulher, Sueli, estamos a subir a Rua José de Queiroz Aranha rumo ao Sesc da Vila Mariana, São Paulo, Capital, onde a comida é honesta, saborosa e tem bom preço.

Quase no Largo Ana Rosa, onde a Aclimação, a Vila Mariana e o Paraíso se confundem, avistamos uma mulher parada junto à calçada da Rua Vergueiro, antigo Caminho do Mar.

O farol está verde para os pedestres que desejam atravessar, mas ela continua parada.

De imediato, eu me pergunto: “O que ela está a pensar? O que faz aquela mulher ali parada?”

“Ela está pensando na vida”, diz Sueli, como se tivesse lido o meu pensamento.

Pensando na vida ou no porquê da vida?

Imagina o que fazer da vida ou por que veio ao mundo?

E nós, o que viemos fazer nesta vida, neste mundo?

Viemos para viver ou para pensar?

Chegamos até aqui para ser feliz ou para fazer a felicidade de outros?

Por que, afinal, estamos aqui?

Para atravessar os caminhos que atravessam os nossos caminhos ou para parar a cada obstáculo?

Para ajudar ou para sermos ajudados?

Para amar ou para sermos amados?

Para estudar ou para sermos estudados?

Para filmar ou para sermos filmados?

Para ir em frente ou para ficar parado?

Por que, afinal, viemos parar neste mundo?

Para viver uma nova vida ou simplesmente para dar chances a que nossos filhos vivam as vidas deles?

Para aplaudir ou para sermos aplaudidos?

Para rir ou para chorar?

Para ver ou para sermos vistos?

Para escrever ou para ler?

Por que, afinal, estamos aqui?

Andando, caminhando, correndo ou parado, por que, afinal, estamos aqui?

Por quê?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

12/10/2007 16:54:00

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