Por quê? (20) Frustrações
Cláudio Amaral
Por estar com tempo livre, tenho lido jornais todo dia.
Não. Não estou com todo o meu tempo livre, não.
Estou, sim, com mais tempo livre do que tinha até 5 de setembro de 2007, quando conclui uma tarefa que me ocupava por completo, pois a ela me dedicava todos os dias, sete dias por semana, pela manhã, à tarde e à noite.
Meu Deus!
Era uma loucura.
Pois bem: lendo jornais todo dia, tenho uma sensação que me preocupa, ou, com a qual me ocupo, como preferia dizer o Mestre Anivaldo Pedro Cobra, que conheci há 32 anos, quando ele era professor na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba.
Qual é esta sensação?
Os jornais, invariavelmente, não me satisfazem mais.
Eles sempre me deixam com um sentimento de que falta algo em cada notícia, em cada reportagem, em cada artigo.
Se o texto se refere ao Corinthians, então, falta muito: a que hora começou o treino de quinta-feira, o primeiro de 2008? como estava o astral dos jogadores, dos integrantes da comissão técnica e dos dirigentes? quais eram os dirigentes presentes? e o Antônio Carlos, ex-zagueiro, hoje diretor de futebol do Timão, estava lá, se mostrava nervoso ou calmo?
Se o texto tratava do principal assunto relacionado ao Governo Federal e à economia brasileira, outras faltas eu senti: o leite que comprei no supermercado na noite de quinta-feira ficará mais caro? e o leite da minha netinha, quando mais vai custar? e a casa própria de quem a incluiu entre os desejos de 2008?
Tem mais frustrações, sim, caro leitor. E elas se referem, por exemplo, à reportagem sobre o fato de o jogador de futebol Kaká ter passado a virada do ano num templo religioso do Cambuci, aqui perto de casa.
Por quê?
Porque nenhum jornal me deixou claro que a reportagem lá estava, na Renascer da Avenida Lins de Vasconcelos, na região central da Capital paulista.
Até as fotos que ilustraram a reportagem do Estadão, por exemplo, foram fornecidas por alguém identificado como “divulgação”. Ou seja: o fotógrafo do jornal não esteve lá na virada do ano.
Lamentável!
Falha grossa, pessoal!
E a falha se agrava ainda mais pelo fato de o jornal não ter deixado claro que lá não esteve na ocasião e que obteve as informações ali reunidas junto a “tais e quais” fontes.
Lamento tudo isso como leitor, como jornalista e como amigo declarado do editor de Esporte do Estadão, um profissional experiente e reconhecidamente competente.
E por que os jornais estão frustrantes a tal ponto?
Sei, não.
Até porque as páginas de anúncios são cada vez mais numerosas, ou seja, dinheiro é o que não deve faltar nos cofres das famílias Mesquita, Frias e Marinho, entre outras.
E você, caro leitor, está satisfeito com o jornal que lê diariamente?
Por quê?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.
4/1/2008 10:57:53
Por estar com tempo livre, tenho lido jornais todo dia.
Não. Não estou com todo o meu tempo livre, não.
Estou, sim, com mais tempo livre do que tinha até 5 de setembro de 2007, quando conclui uma tarefa que me ocupava por completo, pois a ela me dedicava todos os dias, sete dias por semana, pela manhã, à tarde e à noite.
Meu Deus!
Era uma loucura.
Pois bem: lendo jornais todo dia, tenho uma sensação que me preocupa, ou, com a qual me ocupo, como preferia dizer o Mestre Anivaldo Pedro Cobra, que conheci há 32 anos, quando ele era professor na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba.
Qual é esta sensação?
Os jornais, invariavelmente, não me satisfazem mais.
Eles sempre me deixam com um sentimento de que falta algo em cada notícia, em cada reportagem, em cada artigo.
Se o texto se refere ao Corinthians, então, falta muito: a que hora começou o treino de quinta-feira, o primeiro de 2008? como estava o astral dos jogadores, dos integrantes da comissão técnica e dos dirigentes? quais eram os dirigentes presentes? e o Antônio Carlos, ex-zagueiro, hoje diretor de futebol do Timão, estava lá, se mostrava nervoso ou calmo?
Se o texto tratava do principal assunto relacionado ao Governo Federal e à economia brasileira, outras faltas eu senti: o leite que comprei no supermercado na noite de quinta-feira ficará mais caro? e o leite da minha netinha, quando mais vai custar? e a casa própria de quem a incluiu entre os desejos de 2008?
Tem mais frustrações, sim, caro leitor. E elas se referem, por exemplo, à reportagem sobre o fato de o jogador de futebol Kaká ter passado a virada do ano num templo religioso do Cambuci, aqui perto de casa.
Por quê?
Porque nenhum jornal me deixou claro que a reportagem lá estava, na Renascer da Avenida Lins de Vasconcelos, na região central da Capital paulista.
Até as fotos que ilustraram a reportagem do Estadão, por exemplo, foram fornecidas por alguém identificado como “divulgação”. Ou seja: o fotógrafo do jornal não esteve lá na virada do ano.
Lamentável!
Falha grossa, pessoal!
E a falha se agrava ainda mais pelo fato de o jornal não ter deixado claro que lá não esteve na ocasião e que obteve as informações ali reunidas junto a “tais e quais” fontes.
Lamento tudo isso como leitor, como jornalista e como amigo declarado do editor de Esporte do Estadão, um profissional experiente e reconhecidamente competente.
E por que os jornais estão frustrantes a tal ponto?
Sei, não.
Até porque as páginas de anúncios são cada vez mais numerosas, ou seja, dinheiro é o que não deve faltar nos cofres das famílias Mesquita, Frias e Marinho, entre outras.
E você, caro leitor, está satisfeito com o jornal que lê diariamente?
Por quê?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.
4/1/2008 10:57:53
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