Por quê? (27) Virtude?

Cláudio Amaral

O elo de ligação a que me referi no texto anterior, escrito às 12:56:38 de 15/1/2008, não é o único vicio de linguagem comum do dia-a-dia da nossa língua portuguesa.

Um outro termo inadequadamente empregado pela maioria dos lusos falantes é virtude.

Assistindo pela televisão ao jogo disputado na noite desta quinta-feira, 17/1/2008, no estádio do Morumbi, em São Paulo, que marcou a estréia do Corinthians (3) e do Guarani de Campinas (0), no Paulistão 2008, registrei mais uma vez o mau uso da palavra virtude.

“Em virtude da derrota do Santos diante da Portuguesa, ontem à noite, no Morumbi, por 2 a 0...”, disse um narrador de TV.

Pobre coitado.

Desde quando, Júnior, derrota é virtude?

Não é, nunca foi, nem nunca será.

A vitória da Portuguesa sobre o Santos, sim, foi uma virtude.

Derrota jamais poderá ser qualificada como virtude.

Jamais!

O mesmo se pode dizer a muitos dos repórteres de rádio da Capital paulista.

Eles insistem em dizer, nestes dias de verão:

- Em virtude das enchentes registradas na tarde de hoje, em São Paulo...

Infelizes!

Os profissionais de rádio e televisão insistem em cometer um outro tipo de erro muito criticado pelo Professor Pasquale Cipro Neto:

- Agora, o jeito é correr atrás do prejuízo.

Ah, ah, ah, ah...

Toda vez que ouço essa expressão, eu me pergunto:

- Será que eles, os locutores, têm por habito, correr atrás do prejuízo?

Será?

Assim como o Professor Pasquale, eu prefiro correr atrás do lucro.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

17/1/2008 23:41:00

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