Por quê? (51) Falhamos
Cláudio Amaral
Quisera eu voltar, novamente, alguns anos da minha vida, tal qual me senti no episódio descrito na crônica anterior.
Alguns poucos anos seriam suficientes para relembrar o quanto os usuários de ônibus, de trens e do Metrô paulistano eram gentis, cavalheiros, solidários, educados.
Tenho visto e sentido na pele, de algumas semanas para cá, que os cavalheiros estão rareando nos coletivos do transporte público.
E hoje, comentando o assunto com um conhecido que tem dificuldade para caminhar, confirmei a minha suspeita: o cidadão em geral e os jovens em particular já não se preocupam com a presença ao seu lado de alguém mais velho, mais fraco, debilitado, enfim.
Nem mulher grávida tem se beneficiado mais das gentilezas de jovens do sexo masculino.
Eles – tanto os homens quanto as mulheres, jovens ou nem tanto – já não se levantam para que os mais velhos viagem sentados.
“Pelo contrário”, disse-me o tal conhecido meu.
E acrescentou: “Eles fingem que estão dormindo só para não se sentir na obrigação de ceder o lugar no ônibus, no trem ou no Metrô”.
Um absurdo, não?!
Foi-se, portanto, o tempo em que éramos todos gentis, cavalheiros, solidários e educados.
Bem educados, é bom que se diga.
E de quem é a falha, no caso?
Nossa!
Sim, caro e-leitor: a falha é nossa.
Por quê?
Porque nós não soubemos educar nossos filhos – os meus, os seus, os nossos – para que eles dessem continuidade ao comportamento politicamente correto que a maioria de nós teve quando jovens ou até bem pouco tempo atrás.
Lembro-me bem de ter crescido ouvindo meus pais dizerem que era indispensável dar o lugar para alguém mais velho ou para uma mulher, especialmente se ela estivesse grávida.
Mas, infelizmente, não foi isso que passamos adiante.
E agora, estamos pagando o preço dessa falta de educação, de cavalheirismo, etc.
Por quê?
E você ainda me pergunta por que?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.
27/2/2008 22:59:58
Quisera eu voltar, novamente, alguns anos da minha vida, tal qual me senti no episódio descrito na crônica anterior.
Alguns poucos anos seriam suficientes para relembrar o quanto os usuários de ônibus, de trens e do Metrô paulistano eram gentis, cavalheiros, solidários, educados.
Tenho visto e sentido na pele, de algumas semanas para cá, que os cavalheiros estão rareando nos coletivos do transporte público.
E hoje, comentando o assunto com um conhecido que tem dificuldade para caminhar, confirmei a minha suspeita: o cidadão em geral e os jovens em particular já não se preocupam com a presença ao seu lado de alguém mais velho, mais fraco, debilitado, enfim.
Nem mulher grávida tem se beneficiado mais das gentilezas de jovens do sexo masculino.
Eles – tanto os homens quanto as mulheres, jovens ou nem tanto – já não se levantam para que os mais velhos viagem sentados.
“Pelo contrário”, disse-me o tal conhecido meu.
E acrescentou: “Eles fingem que estão dormindo só para não se sentir na obrigação de ceder o lugar no ônibus, no trem ou no Metrô”.
Um absurdo, não?!
Foi-se, portanto, o tempo em que éramos todos gentis, cavalheiros, solidários e educados.
Bem educados, é bom que se diga.
E de quem é a falha, no caso?
Nossa!
Sim, caro e-leitor: a falha é nossa.
Por quê?
Porque nós não soubemos educar nossos filhos – os meus, os seus, os nossos – para que eles dessem continuidade ao comportamento politicamente correto que a maioria de nós teve quando jovens ou até bem pouco tempo atrás.
Lembro-me bem de ter crescido ouvindo meus pais dizerem que era indispensável dar o lugar para alguém mais velho ou para uma mulher, especialmente se ela estivesse grávida.
Mas, infelizmente, não foi isso que passamos adiante.
E agora, estamos pagando o preço dessa falta de educação, de cavalheirismo, etc.
Por quê?
E você ainda me pergunta por que?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional e criador do http://blogdoclaudioamaral.blogspot.com e do http://aosestudantesdejornalismo.blogspot.com.
27/2/2008 22:59:58
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