Por quê? (39) Adriana Moreira


Cláudio Amaral

Adriana Moreira, aqui retratada numa imagem que ela me enviou em agosto de 2007, foi uma das melhores Amiga (com A) que eu tive nestes meus 58 anos de vida e quase 40 anos de Jornalismo.

Era uma mulher formada quando a conheci, no Aeroporto dos Guararapes, em Recife.

Mas logo percebi que não passava de uma menina sapeca levada da breca.
Estava com um pé quebrado (o direito ou o esquerdo? não me lembro mais) e mesmo assim foi me recepcionar.

A mim e à Sueli, minha parceira desde julho de 1969, mãe dos meus filhos e avó da minha primeira e até agora única netinha, a Be(bê)atriz.

Eu havia sido convidado para dar uma palestra num seminário promovido pelo também jornalista Sérgio Xavier, no auditório da Federação das Indústrias de Pernambuco.

Passei três dias em Recife e, na seqüência, como pagamento pela palestra, cinco dias em Porto de Galinhas, no litoral pernambucano.

Eu e Sueli.

Foi uma viagem inesquecível.

Pela palestra, pela viagem a Porto de Galinhas e pela Adriana Moreira.

Daqueles dias em diante nunca mais nos perdemos.

Fomos outras vezes a Recife e sempre tivemos a companhia de nossa querida amiga Drika.

Numa dessas viagens, ficamos uma semana no apartamento dela, que fez questão de nos levar novamente a Porto de Galinhas.

Depois disso ela foi para Portugal fazer mestrado em Jornalismo pela Internet.

De lá, reclamou do frio, da distância da família e dos amigos.

Mas, jamais desistiu dos estudos e só voltou ao Brasil e a Recife quando nada mais tinha a fazer em Portugal.

Voltou no primeiro semestre de 2006 e foi fazer televisão na afiliada da Rede Globo em Petrolina, cidade em que morava (ou ainda mora) o pai dela, médico e especialista em Medicina do Trabalho.

Mesmo tendo o privilégio de aparecer todo dia na emissora líder de audiência na região, Drika estava feliz.

Reclamava de estar longe de um novo amor, um “ex-colega de escolinha”, que trabalhava em Salvador e para lá queria levá-la.

Pediu ajuda aos amigos e eu, particularmente, me empenhei junto a Antônio Martins, diretor de
A Tarde, para encontrar um emprego para ela na capital da Bahia.

No auge de toda movimentação para que a mudança se concretizasse, o noivado (sim, ela já estava noiva) acabou, por iniciativa dele, e ela entrou em crise.

De nada adiantou o apoio, o carinho, a força e as preces dos familiares e dos amigos.

Às 16h41 do dia 2 de abril de 2007, via correio eletrônico, os amigos de Drika receberam uma notícia-bomba.

O título era: “Luto por Adriana”.

E o texto trazia uma notícia que nos deixou chocados: “É com imenso pesar que comunico aos amigos de nossa querida e amada Adriana, que ela partiu neste sábado, prematuramente, de um enfarto fulminante... Ana Lúcia (mãe) e família”.

Até hoje, 10 de fevereiro de 2008, quase um ano depois, custo a acreditar que isto seja verdade.

Mais ainda quando, como hoje, me ponho a ler as últimas mensagens que dela recebi pela Internet.

Como escreveu dias atrás um dos meus filhos a um grande Amigo que temos no Rio de Janeiro, gente como você, Adriana, jamais deveria nos deixar.

Por quê?

Ah... e você ainda pergunta por que?

(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.

10/2/2008 22:47:54

Comentários

Bruno Pessa disse…
A foto ficou boa, abraço!

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