Por quê? (42) DC
Cláudio Amaral
Para que parem de dizer por ai que eu só falo e escrevo a respeito do Estadão, hoje, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008, dia de pagar a mensalidade do Sindicato dos Jornalistas, o assunto é o DC, o Diário do Comércio.
Fiz parte, ainda que informalmente, do conselho editorial do DC em 1992/94, quando coordenava o setor de Imprensa, RP e Marketing da Associação Comercial de São Paulo.
Fui pra lá a pedido do meu Amigo (e primo) Carlos Magagnini. E lá fiquei até receber um convite do Grupo Folha de S. Paulo, onde trabalhei por três anos.
Na época, o Diário do Comércio era um jornal modesto, pouco mais que um boletim oficial da ACSP, embora tivesse no comando da Redação um profissional de peso: Domingos Fraga, um carioca e vascaíno que depois foi fazer sucesso, e muito, em revistas e, até onde sei, ganha o pão honestamente na Rede Record de Televisão.
Quando Fraga deixou o DC, assumiu sua imediata Vilma Pavani, uma mulher firme, decidida e competente.
Mas as mudanças que o DC realmente precisava só vieram muitos anos depois, quando por lá chegaram outros pesos pesados do Jornalismo, cujos nomes não vou me arriscar a citar de cabeça pelo simples fato de que não quero cometer injustiças.
Bem, mas por que estou me dedicando ao DC nesta manhã cinzenta na Capital paulista?
Por quê?
Simplesmente porque voltei a receber o jornal na porta de casa, com o Estadão.
Tirei o exemplar do DC do saquinho plástico logo cedo e levei um susto.
Por quê?
Porque a capa é chocante.
É preta, amarela e vermelha de alto a baixo.
“Na foto principal”, explica uma das chamadas, “Daniel Day-Lewis contempla um dos poços que o fizeram magnata em Sangue Negro, filme que estréia hoje com 8 indicações para o Oscar”.
O poço, é bom explicar, está em chamas e isso é um dos motivos do meu susto ao empunhar o DC desta sexta-feira.
Eu não teria feito uma capa tão pesada, mas, talvez, para felicidade dos leitores do DC, não sou o editor de primeira página do jornal.
Tenho um Amigo que gosta de capas impactantes como essa do Diário do Comércio: Júnior, diretor de Redação de um outro Comércio, o da Franca.
Nas páginas internas, para compensar, o DC é bem mais agradável.
Nelas temos Paulo Saab, meu colega de reportagens nos anos 1970, ele pela Folha de S. Paulo e eu pelo Estadão; o publicitário Neil Ferreira, polêmico como sempre; o eterno Eymar Mascaro, com quem trabalhei na sucursal paulista do Correio Braziliense, no início dos anos 1990; a minha Amiga Denise Mirás, de inesquecíveis coberturas em jogos de vôlei e que a quem não vejo há anos e anos (gostei do título, Mirás: “Toda estrela brilha. Algumas choram. Outras se apagam”, fazendo referências a Guga e Ronaldo, o Gordo).
E tem mais: abaixo de os “Dois Libanos”, na página 11, um rodapé de Moisés Rabinovici, o diretor de Redação, que conhece o assunto como poucos jornalistas brasileiros.
Pra terminar, o caderno Cultura é uma delicia.
Por quê?
Ah... e você ainda pergunta por que?
(*) Cláudio Amaral clamaral@uol.com.br é jornalista desde 1º de maio de 1968; professor e orientador de jovens jornalistas; palestrante e consultor de empresas para assuntos de comunicação institucional.
15/2/2008 12:23:16
Comentários
Incentivei e incentivo porque as palavras não se perderão. Ficarão sempre guardadas nesta rede mundial e, certamente, serão lidas e de grande valia para outras pessoas. Experiências, momentos, situações... Tudo é edificante.
Abraço!